Em janeiro de 2021, a Aliança foi contemplada com um projeto chamado “Aliança Feminismo Popular para o fortalecimento dos territórios através da Recuperação Baseada na Justiça após COVID19". O projeto, que conta com os recursos do Global Greengrants Fund, tem duração de um ano (jan/2021 a dez/2021).
Em 25 de maio de 2021, fomos igualmente contempladas com o projeto Aliança Feminismo Popular para o fortalecimento dos territórios através da Recuperação Baseada na Justiça após COVID19, além dos recursos da FLD, com o objetivo de dar continuidade à atividade feita em diferentes territórios.
Os projetos pretendem construir hortas comunitárias, em conjunto com a população local dos territórios de atuação da Marcha Mundial de Mulheres (MMM) e do Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). A ideia é fortalecer a cozinha comunitária e a periferia urbana da Ocupação Povo Sem Medo, no bairro Nazaré, e a Comunidade do Morro da Cruz, também em Porto Alegre. Estão previstas formações em cada território, como debates e rodas de conversa sobre soberania alimentar, violência, dentre outros temas.
As iniciativas integram a compreensão da necessidade de construção de autonomia alimentar e de caminhos que respeitem o bem viver comunitário, frente aos impactos da pandemia e às consequências das políticas de austeridade ultra neoliberal. Além disso, é de grande preocupação da Aliança o aprofundamento das desigualdades e o colapso do Sistema Único de Saúde (SUS), sobretudo nas populações em maior grau de vulnerabilidade, das quais se encontram grande parte as mulheres.
O entendimento de que a organização popular é a resposta para o enfrentamento da crise que vivemos também nos fez chegar a uma reflexão de que precisávamos construir ações coletivas, visando uma recuperação justa para enfrentar a crise que a pandemia nos revelou. Nós estamos trabalhando prioritariamente no combate à fome. Trabalhamos também pela volta do Plano de Aquisição de Alimentos, luta essa acompanhada e fortalecida pelo Movimento dos Pequenos Agricultores. Buscamos um auxílio emergencial justo, que dê condições para o povo brasileiro fazer frente ao cenário de crise econômica que está enfrentando.
É importante diferenciar as ações da solidariedade de classe, feminista e antirracista das ações que são repercutidas como “Solidariedade SA”. O slogan das transnacionais que nada mais é do que marketing e publicidade para as empresas limparem as suas imagens e seguirem um ciclo de violação de direitos humanos e direitos dos povos.
Nós rechaçamos a “Solidariedade SA”.
Não acreditamos nas falsas soluções das transnacionais.
Propomos formações políticas com os temas que nos atravessam, aproveitando datas estratégicas como a do dia 24 de abril, dia de luta contra as transnacionais. Consideramos fundamental desmantelar o poder das empresas que estão no centro hoje do sistema capitalista, e que controlam desde a grande mídia até as eleições. Por isso hoje estamos aqui: para popularizar esse debate e dizer que nós mulheres da aliança estamos enfrentando e resistindo!